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O atirador da boate

O atirador da boate
( Uma história de Borges)
Ele entrou naquela boate com más  intenções carregava um colt no bolso, não foi revistado porque conhecia o segurança, pediu um uísque no balcão, era um homem comum, uma pessoa de bem, mas as vezes ficava inconformado com tudo e com todos, principalmente com a situação de desespero em que se encontrava, sem emprego e agora sem mulher, tomou o uísque de um gole só e pediu outro.
Borges entrou logo depois na boate que se chamava Hollyday Nigth Clube um dos locais mais badalados da cidade antes de toda aquela tragédia acontecer em Bonança, agora era um local pouco frequentado, ele se sentou no outro lado do balcão e pediu o de sempre vodca, mas com seu olhar perscrutador de bom policial viu aquele sujeito magro, barba por fazer e jeans usando uma camiseta com os dizeres Bem-vindo ao Rio e não gostou, parecia que o cara queria encrenca e ele como bom detetive e ex-delegado sabia dessas coisas como ninguém,  Borges também observou o volume na parte traseira da calça jeans, o sujeito portava uma arma, mas que pessoa entra em uma boate armado? Ele sabia a resposta o sujeito queria encrenca e quando viu que ele levantou e colocou a mão no bolso Borges ficou alarmado, abaixou os óculos olhando por cima deles como sua ex-esposa detestava, coçou o bigode estilo militar e discretamente também pegou sua arma na cintura alisando-a pronto para a ação, mas o sujeito apenas pegou um cigarro, acendeu e ficou olhando em torno havia cerca de umas 12 ou 13 pessoas, alguns dançavam ao som de Karma Camaleon do Culture Club, outros homens se agarrravam  no escuro com as meninas de Madame  Claire a caftina do local, o Hollyday Nigth Clube também era um clube de prostituição mas ninguém fazia vista grossa, alguns policiais locais e outros de Ouro-Azul a cidade vizinha também precisavam se divertir de vez em quando, de repente Borges perdeu o sujeito de vista ele havia se misturado as pessoas que dançavam na pista, as luzes piscavam e de repente ele ouviu os tiros, foram dois pro alto e um em uma moça que caiu:
- Socorro! – Gritos, o policial correu em direção ao barulho e empurrando algumas pessoas pois a boate encheu viu o sujeito no meio da pista ele estava com o revólver na mão parado meio que atordoado, Borges gritou:
- Calma amigo, abaixe a arma ok? Abaixe a arma e ninguém sai ferido!- Que garantia eu tenho? Que merda de vida é a minha, eles tem que pagar, todos são felizes menos eu isso não é justo não é justo entende?!- Olha não queremos que nada de mal aconteça não é? Por isso peço que baixe essa arma meu amigo e  vamos conversar ok? Tudo vai estar resolvido e você, eu e essas pessoas ficaremos em paz e segurança não?- O sujeito estava tresloucado dava pra ver que não estava em um bom dia e quando tentava articular alguma palavra era visível a baba escorrendo do canto de sua boca, estava suando em meio as luzes que não paravam de piscar coloridas e em meio a confusão ainda dava pra ouvir a música dos anos 80 no ar, Sweet Dreams tocando mas bem distante como um eco de um sonho ou pesadelo, Borges tentava distrair a atenção do atirador para fazer com que o maluco entregasse a arma, estava pouco se  incomodando  com os problemas do sujeito queria evitar uma tragédia ali:
- Escute eu quero apenas conversar!- Não chega perto de mim!- E deu um grito brusco, erguendo novamente o colt em direção a multidão que agora olhava em pânico para um e para o outro:
- Relaxa cara, vamos apenas conversar como bons amigos, olha vou deixar a minha arma no chão veja! – Borges colocou o 38 no chão da boate na pista de dança delicadamente mas com a outra mão (já próximo o suficiente) agarrou o pulso do sujeito que assustado disparou a arma atingindo o teto a abóbada colorida foi ao chão com um estrondo, os dois começaram uma luta Borges levou um soco que por sorte não quebrou seus óculos e revidou o sujeito tentou novamente pegar a arma e foi chutado pelo segurança que essa altura estava com medo se ser preso por deixar ele entrar sem revista:
- Filho da mãe desgraçado!- Borges chutou o rosto do indivíduo e ele e o segurança por fim o imobilizaram, ele tinha um ar de loucura:
- Aperta firme!- Mas a força do sujeito era impressionante e ele se soltou e correu de quatro pela pista alcançando a arma, mas Borges também estava com a sua e desferiu três tiros no sujeito que caiu morto a camisa com a foto do Corcovado, do Cristo Redentor com os dizeres Bem-vindo ao Rio estava ensopada de sangue caiu de olho aberto.

Borges se levantou ajeitando os óculos e a roupa, olhou para o segurança que baixou a cabeça envergonhado, todos olhavam para o policial com um misto de medo e gratidão no olhar, ele guardou a arma e foi até o balcão passando por cima do cadáver do atirador:
- Quero um gim com tônica!-
Logo os reforços chegariam e encontrariam o velho detetive, ex-delegado de Bonança envolvido em mais uma história difícil de se acreditar, mas por enquanto ele tomaria sua bebida ali de frente pro morto com aquele sangue todo de cena de crime, a moça que fora ferida já estava sendo atendida ouviram ao longe barulho de sirenes e de fundo a música ainda rolava na boate bem baixinho podia-se ouvir Smoth Criminal  de Michael Jackson .

                       FIM

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